Para uma psicologia (forense) da esperança
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O nome desta belíssima obra não poderia ser mais adequado e pontual. Es.pe.ran.ça., segundo o dicionário é o ato de esperar aquilo que se deseja obter. Mas, afinal, o que esperamos, quando se trata de uma psicologia forense da esperança?
O Direito, como uma ciência polissêmica, funcionalizado em princípio como um sistema de regulação social, baseia-se nos conceitos de justiça e equidade. A psicologia forense a isto também não se afasta, mas adquire um relevo social extremamente importante, seja porque seu campo de atuação visa justamente assegurar a realização da própria justiça, auxiliando o julgador e as partes, seja porque carrega, em si, um elemento fundamental: o olhar humano, o olhar das sutilezas e dos detalhes, que carregam consigo a resposta de muitas indagações, trazendo novas perspectivas e possibilidades ao próprio direito e a consecução da justiça.
A psicologia forense entrelaça-se com o direito, mas a ele é independente. É a ciência que enxerga o ser humano em sua mais alta complexidade. É o elo de ligação entre o subjetivo e o objetivo, entre o interno e o externo. É onde a ciência encontra a humanidade. Olhar as múltiplas possibilidades, é, certamente, não estar fechado ao novo. Mas isto requer coragem, e, acima de tudo, esperança. Como bem pontua Trindade, no capítulo inicial da obra, ao discorrer sobre uma “dimensão esperançadora” de que “um futuro esperançoso seja capaz de modelar um presente melhor”. É o olhar de esperança para o futuro, fazendo-se presente no agora.
A beleza desta obra não está apenas em seu profundo conteúdo, mas essencialmente nos elementos humanos múltiplos que a compõem. Psicólogos, médicos, advogados, promotores, mediadores, através da pluralidade de temas e de diferentes vivências, nos conduzem à esperança de que uma psicologia forense se faz com a soma, com a multiplicidade, e com o olhar para o futuro, sem olvidar do passado e do momento presente.
Talvez, a resposta para a indagação inicial jamais possa ser respondida com um único vocábulo, mas, certamente, com a soma de diferentes palavras que nos conduzem inexoravelmente a palavras como: complementaridade, colaboração e multiplicidade.
Se pudesse desejar algo, esperançar algo por certo, desejaria mais humanidade, sensibilidade e compartilhamento, pois, afinal, não somos um só. Jamais seremos. Seremos todos. Sempre.
Libera Copetti
Advogada
Categoria: Livros
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